6.6.05

Parte de uma Introdução ao Estudo do Espírito Santo

I - Introdução
Recebemos da Igreja Católica, que trouxe as idéias cristãs ao nosso país, um conceito curioso sobre a Trindade Santíssima: Nunca a negaram, mas sempre apresentaram as três pessoas de modo tão diferente, que, até hoje, causa grande dificuldade em entender as verdades bíblicas, do assunto.

II - As deformações impostas ao Filho
O Jesus Cristo mostrado pela Igreja Católica, sem considerarmos sua teologia oficial é material, como sugere sua encarnação, porém é quase vulgar: assume os mais diversos traços raciais, e "deixa" pedaços de si a fazerem milagres.

É representado, quase sempre, em extrema agonia, crucificado, e causa a impressão de que tal objetivo é causar dó em quem presencia seu sofrimento.

Na menor parte das vezes sua representação, não fala de poder ou autoridade, mas de "mansidão e suavidade" estendendo o significado de seu convite aos judeus que não queriam tomar sobre si seu jugo.

Sua apresentação imaterial geralmente interage com divindades africanas ou indígenas.

III - As deformações impostas ao Pai
Ele nos é apresentado sempre distante. As figuras que dele se faz, são clássicas e pouquíssimas vezes encontramos uma representação, gráfica ou plástica, além das que já estão consagradas pelos artistas antigos.

Parece que predomina a tentativa de apresentar o "Ancião de dias" de Dn 7, já que ele é sempre mostrado grisalho e com características de homem idoso.

A idéia, não representada graficamente, facilita a interação com divindades africanas e indígenas, e principalmente com o deus judaico e o deus mulçumano.

IV - As deformações impostas ao Espírito Santo
Diferentemente, das demais pessoas o Espírito Santo nunca é mostrado em forma humana, mas sempre através de símbolos ou, no máximo, através da forma material de uma pomba ou de um labareda de fogo.

A representação não gráfica, ou a idéia, que se faz dele, veio praticamente sem mudanças para o meio protestante e tem sido agravada com o surgimento dos evangélicos, dos pentecostais, dos carismáticos, dos neo-carismáticos e dos novos evangélicos místicos: a de uma "força" muitas vezes impessoal.

Por falta de definições mais precisas, na verdade, por falta de exame aprofundado das Sagradas Escrituras, essa idéia facilita, em muito, pontos de conexão, com as diversas religiões orientais e até mesmo com o panteísmo.

Já vi conexões com as religiões sintetizadas por Hollywood, em que ele é mostrado como o correspondente ao lado "claro" da força.

V - As deformações impostas à Trindade como um todo
Desde a contra-reforma a Igreja Católica aferrou-se, com mais vigor, à pessoa de Maria. Se examinarmos com a distância que o problema requer, ela, há muito tempo, assumiu o papel de mediadora entre a Trindade e o homem.

Embora se diga que é apenas entre seu filho Jesus e o pecador (peça a mãe que o filho dá), o Deus Cristão não pode ser dissociado em sua natureza triuna. Se ela é mediadora (como lhe intitula a Igreja Católica ao chamar-lhe de "Nossa Senhora Medianeira"), segue-se que ela é mediadora da Trindade, ou a Igreja Católica não adora o Deus Cristão.
Na prática Católico Romana, ela é a "quarta pessoa" da Trindade.

VI - O que a Bíblia nos ensina sobre o Espírito Santo
Não é possível, em um período de Escola Dominical, e em uma lição de uma folha dobrada expor uma doutrina tão rica. Porém as verdades principais podem ser resumidas, se mantivermos o atual esquema.

a. O Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade, portanto co-igual às demais e não pode ser representado, gráfica ou plasticamente, sob o risco de se estar quebrando o segundo mandamento: Ex 20.4-6 - Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

b. O Espírito Santo é mostrado com as seguintes qualidades próprias de uma pessoa:

- Inteligência:
Jo 14.26 - mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
Jo 15.26 - Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.
Rm 8.16 - O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

- Vontade
At 16.7 - ... defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.
1 Co 12.11 - Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.

- Afetos
Is 63:10 - Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.
Ef 4:30-31 -
E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.

C. O Espírito Santo cuida da Igreja
At 15.28 -
Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo
Tg 4.5 - Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?


VII - Conclusão
Se você tem seguido o nosso Boletim, reparou que tenho colocado uma série de artigos sobre a os aspectos "esquecidos" da missão do Espírito Santo.

Como recebemos essa idéia de que o Espírito Santo é uma "força" e que ninguém pode defini-lo, nem mesmo a Escritura, pois ele "revela" coisas externas à Escritura, caminhamos para um abismo em que, por falta de parâmetros admitimos qualquer coisa.

E, já que ninguém pode provar se é do Espírito Santo ou não, pois o Espírito ao qual se refere transcende as informações da Escritura, qualquer coisa vale.

As bobagens e barbaridades imperam. O nome do Senhor é envergonhado. E, sabe-se lá qual é o espírito que está por trás de tudo.

Um comentário:

folton disse...

Paulo;
Embora o texto que eu escrevi não tenha o objetivo de falar sobre esse assunto, e eu não possa, agora, me alongar na explicação, prometo a você, para breve, um estudo sobre exatamente sobre este tema.

Mas, para não "deixar coçando", resumo a explicação em uma resposta simples: nascer do Espírito é a conversão. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados e fomos ressuscitados. Nascemos de novo. Fomos regenerados (re+gerados).

Ab
Fôlton